segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fina, que saudade. (Cap. 27)

No dia seguinte, estava Rosa em frente do cortiço na companhia do Sergio e Julia Regina. Parada ali relembrando dos momentos vividos naquele cortiço, momentos felizes e outros tristes.
Julia Regina: Vamos Rosa, temos que entrar para o velório do seu pai. – a chamou.
Rosa apenas assentiu com a cabeça acompanhando os amigos ate a sua casa. Ao entrarem começaram os burburinhos dos vizinhos, pois não acreditavam que a filha do seu Giovanni fosse capaz de aparecer no velório do pai, não depois do que aconteceu.
Terezinha: Fina. – assim que avistou a irmã foi abraçar-la – Que saudade Fina. – disse chorosa.
Rosa apenas retribuiu o abraço da irmã com lagrimas nos olhos e chamando seu irmão caçula Dino pra também entrar nesse abraço. Ficaram os três abraçados e chorando, dona Amália permanecia ao lado do cachão apenas admirando a cena dos seus filhos. Sergio foi ao encontro de sua mãe, dona Joana e Julia Regina foi abraçar sua madrinha dona Amália.
Amália: Como ela está Julia Regina? Como está a minha bambina?
Julia Regina: Se fazendo de forte. Chorou muito, mais sei que ainda não chorou tudo.
Amália apenas olhou para Julia Regina, confirmando que iria apoiar a filha nesse momento.
Dino: Pensei que você não ia vir Fina. – desabafou secando as lagrimas da irmã.
Rosa: Não Dino eu jamais deixaria de vir, papai foi duro comigo mais ele é meu pai. – retribuiu o carinho do irmão.
Terezinha: Sentir tanto a sua falta Fina; precisei muito de você e você não estava aqui pra me ajudar. – disse abraçada a irmã.
Rosa: Me perdoe Terezinha. Mais a vida nem sempre é como queremos.
Nisso dona Amália se aproxima aos poucos dos filhos, pois ela se sentia culpada de não ter conseguido impedir o que seu marido fizera com sua filha. Rosa ao ver a mãe apenas lhe estendeu os braços pedindo assim um abraço de sua mãe.
Amália: Ôoo minha filha, me perdoe pelo que seu pai te fez e eu não fui capaz de impedir. – pediu chorosa.
Rosa: Tudo bem mamãe, a senhora não teve culpa, papai apenas fez o que pra ele foi uma afronta da minha parte. Eu não o culpo por nada que me aconteceu foi escolhas que fiz e eu sim que sou culpada por tudo que me aconteceu. – segurando o choro
Amália: Não se culpe minha filha. Você não podia imaginar que lhe ia acontecer tudo aquilo. – respondeu olhando nos olhos da filha.
Rosa: Ai mãe. – e se entregou ao choro no colo de sua mãe que há tempos sentia falta. (O colo do Claude podia muito bem consolá-la, mais colo de mãe não tem quem supere), conforme Rosa ia chorando dona Amália resolveu levá-la para o quarto para assim as duas ficarem longe dos olhares dos visinhos. Julia Regina ficou ao lado dos irmãos da Rosa para ajudá-los a receber os pêsames de quem chegava.
Enquanto isso no Rio.
Frazão: Há essa hora Rosa já deve estar na casa dela, com a mãe e os irmãos. - disse após olhar no relógio.
Claude: Ouí, Ouí. – lendo uns documentos, sem ao menos demonstrar para o amigo que estava preocupado, mais na verdade estava se roendo por dentro, pois queria ter ido junto com Rosa.
Frazão: Ouí, Ouí só isso que sabe dizer? Ouí, Ouí. – disse irritado com o amigo.
Claude: Ouí, Ouí. Frazon tem coisas mais importantes para me preocupar do que ficar preocupado com Rosa, hã. – respondeu sem olhar para o amigo. – Ela tem a família dela e os amigos, hã eles podem muito bem ajudá-la.
Frazão ia responder mais resolveu ficar quieto.
Frazão: Quer saber vou ligar para Julia Regina pra saber como esta a Rosa. – disse baixo, mais Claude pode ouvir.
Claude: O que foi que você falou? – sem entender.
Frazão: Nada não pensei alto. – se afastou e fez a ligação. – Alo Julia Regina?
Julia Regina: Oi Frazão.
Frazão: E ai como estão as coisas, chegaram bem?
Julia Regina: Sim, estamos aqui na casa dos pais da Rosa, mais precisamente no velório.
Frazão: O velho morreu mesmo? – perguntou rindo
Julia Regina: Frazão, que falta de sensibilidade. – o repreendeu.
Frazão: Ai desculpa, nem nessas horas eu paro com as minhas brincadeiras.
Julia Regina: To vendo.
Frazão: Mais e a Rosa como ela está? – preocupado.
Julia Regina: Ela está no quarto com a dona Amália. Caiu no choro de novo.
Frazão: A Rosa deve beber muita água para não ficar desidratada de tanto chorar. – risos – Mais falando serio dá uma força pra ela por mim e por Dr. Pedro também ele é outro que está preocupado com ela.
Julia Regina: Dou sim, mais e o Claude?
Frazão: Claude? Que Claude? Ah o francês tem coisas mais importantes para se preocupar, segundo ele. – disse isso olhando para o amigo, que permanecia concentrado nos documentos, mas atento a conversa.
Julia Regina: Sei imagino que essas coisas mais importantes são a própria Rosa.
Frazão: Também acho, essas coisas tão deixando ele muito ocupado que nem conversa direito comigo. Está ocupando muito a mente dele que não tem como ele relaxar.
Julia Regina: Ele esta ai do seu lado?
Frazão: Sim.
Julia Regina: E está escutando essa conversa curioso?
Frazão: Sim.
Julia Regina: Curiosidade mata sabia Frazão.
Frazão: Sabia tanto que vários gatos já morreram. E daqui a pouco mais um vai morrer. – disse rindo.
Julia Regina: Você vai fazer isso com ele Frazão, ele deve ta se remoendo por dentro pra saber como a Rosa está e você não vai falar nada.
Frazão: Não.
Julia Regina: Ele vai pegar o primeiro avião a vai vir pra cá.
Frazão: Vai não, não sou besta de deixar. Num merece uma coisa dessas.
Julia Regina: Bom você que sabe, deixa eu desligar que elas estão voltando, parece que a Rosa está mais calma. Colo de mãe é outra coisa.
Frazão: Colo de mãe... não tem colo que supere colo de mãe. Bom minha Diva cuida da minha outra Diva, por favor? – pediu
Julia Regina: Cuido sim, ela é diva mais antes de tudo é humana e acima de tudo mulher como qualquer outra. Beijos, depois eu te ligo de novo, pra te contar como foi o enterro.
Frazão: Ok. Beijos. Bye.
Ao desligar o telefone percebeu os olhares do francês em sua direção.
Frazão: O que foi? Gostou da peça foi? – perguntou dando uma volta para o amigo olhá-lo melhor.
Claude: Qui peça, hã? Ôoo Frazon você sabe muito bem que eu gosto é de mulher, hã. – respondeu irritado.
Frazão: Gosta é, não parece não. – disse se sentando na cadeira na frente do amigo.
Claude: Frazon – o repreendeu – E ai o que a Julia Regina falou da Rosa, hã? – perguntou querendo não demonstrar interesse.
Frazão: Ué não foi você mesmo que me falou que tinha coisas mais importantes para se preocupar do que se preocupar com a Rosa, então deixa que com a Rosa eu e o Dr. Pedro nós nos preocuparemos com ela e você se preocupa com essas coisas mais importantes. – disse para a irritação do amigo. – Bom deixa eu ir falar com o Dr. Pedro para que ele fique a par do que está acontecendo com a Rosa. – se levantou e foi em direção a porta.
Claude: Frazon. – o chamou antes dele sair - Você acha que Rosa vai superar mais essa tragédia, hã?
Frazão: Vai sim Claude. Por que você está me perguntando isso? – ainda na porta.
Claude: Non sei, non sei. – respondeu pensativo.
Frazão: Claude, a cada tragédia faz da Rosa uma pessoa mais forte, mais essas tragédias faz ela se fechar para a vida. O Amor mais precisamente. – e saiu da sala deixando o francês pensativo.
De volta a São Paulo.
Como previsto aquele mesmo dia com a chegada da filha mais velha, o Don Giovanni foi enterrado à tardezinha. No cemitério do bairro. Com muito choro e tristeza o patriarca da família Petroni foi enterrado. Ognuno ha il proprio tempo in questa vita, la mia giornata è finita. Così, godetevi questavita per tutto il tempo prima che sia troppo tardi.- Don Giovanni.”  (Todos tem o seu tempo nessa vida, a minha se acaba hoje. Portanto aproveitem todo o tempo dessa vida antes que seja tarde de mais. – Don Giovanni.)

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